"Em tempo descobri que maturidade não significa ser sério o tempo todo.
Maturidade significa libertar as qualidades positivas de sua criança
interna sem medo de ser julgado. Não é ser infantil, mas preservar o
espírito de encantamento pela vida. Maturidade é correr atrás do
trabalho que te satisfaz. É dizer não quando a situação lhe força a
fazer algo que não quer. Maturidade é refletir antes de agir, mas ter o
cuidado de não ser mecânico e premeditado, sem espontaneidade. Maturidade
é valorizar o tempo pela qualidade que faz seu coração vibrar e não
valorar pelo preço dos atos. É não rotular alguém que muitas vezes
enfrenta um problema sério e a gente já cria fantasias sobre o porquê de
a pessoa agir desta ou daquela forma. Maturidade é compartilhar sem
medo, é não fugir da fusão e da intimidade. É ouvir a voz dos pais, mas
saber a diferença entre estar contaminado pela opinião de cada um e
levar em consideração o que pensam. Maturidade é entender que o tempo
não volta, os ponteiros não têm marcha ré e por isso cada tic tac deve
ser de gratidão, entrega e esperança. É ter lealdade, fidelidade e
honestidade. É conhecer as virtudes e se apoderar delas. Maturidade não
tem a ver com experiência sexual, mas com estar preparado para se
entregar para alguém, sem medo de ter o corpo ou o desempenho analisado,
porque o que está em questão é a vontade de tornarem-se um, de
cuidarem-se mutuamente. Não tem a ver com idade ou quantos livros leu ou
talvez seja um pouco disso tudo misturado, mas tem mais a ver com as
experiências, que podem ser muitas ou poucas, mas o suficiente para o
aprendizado de que não é um status que se atinge, mas uma escolha de ver
a vida pelos olhos de uma criança: sabendo que para toda dor um sorvete
de chocolate e um bom abraço já é um começo de recuperação. Sem medo de
caminhar vagarosamente e voltar se necessário."
Carol Manzoli Palma
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