sábado, 28 de junho de 2014

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Sabe aquela velha frase, clichê e feminista, muito usada na época das nossas tias: “Enquanto não encontro o cara certo, me divirto com os errados”?
Ela, que não era uma árvore e estava cansada de viver esse lema, resolveu tentar, mudar o roteiro de sua vida e, quem sabe também, encontrar, o tal cara certo.
Tudo começou com três malas pesadas, uma passagem de ônibus e um destino: Minas Gerais!
A guria que de muito teimosa que era, tentou, por várias vezes, burlar a própria felicidade, acabou por se deixar vencer pelos nocautes da vida e decidiu, finalmente, recomeçar. Baixou o cd inteiro do Engenheiros, comprou Jane Austen pra leitura e embarcou nessa viagem, por entre árvores, pão de queijo, mineirice e barbeiragem, no seu novo amigo, Sebastião.
Deixou o passado de lado para viver o novo, mas percebeu, que ainda carregava um pouco dele nas suas atitudes, nos seus medos, na sua falta de tato para lidar com pessoas legais.
Tudo caminhava em paz, até que ela conheceu um cara. O cara legal, sabe? Aquele que te faz rir de doer a bochecha, que te arranca risos e sorrisos do teu rosto todos os dias… Aquele que te mostra que a vida, pode sim valer a pena. E principalmente, aquele que tu achas que nunca vais conhecer, sabe? Pois é, ele existe.
Mas a guria medrosa que ainda carrega o peso do passado nas costas deixou o cara legal partir e sabe por quê? Porque ela não está acostumada a ser bem tratada não. Ela, que esteve sempre a aceitar o lema dos caras errados, de aceitar migalhas, suportar o morno, viver o lado pastel da vida, acabou deixando, sem querer, o cara legal ir embora.
Então ela lhes pergunta, gurias:
-Depois do leite entornado, do doce secado, o pão de queijo queimado, o que ela deve fazer para ter o cara legal de volta?

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